Ninguém viu, ninguém sabe, ninguém se lembra. A pedra partiu. Como continuamos?
[O SISTEMA] explora a solidariedade gerada a partir do trabalho coletivo e aborda a própria noção de trabalho, de labuta como geradora de ação, de movimento. Para este trabalho decidi capitalizar a amizade. Convidei as minhas amigas mais próximas para trabalhar comigo, para estar no estúdio comigo, para passear comigo. Para falar comigo. A obra explora os limites da vida e da obra, as fronteiras do performar e do não performar, os limites de um acontecimento, de um acidente. Como coreografar o caos? Como continuar, quando não sabemos como, ou não faz sentido? Como continuar? Pago-lhes, mas fariam isto por amor. De certa forma, estou a capitalizar o amor. Estou interessada em partir do sistema convencional para propor um outro. Como em todos os meus trabalhos, o conceito reflete-se tanto no conteúdo como na forma como a peça é apresentada. Além do tema central, há sempre uma reflexão sobre o teatro como lugar, ritual e disciplina.