É Eartha Kitt ou estamos perante um transtorno de personalidade. A história passa-se nos anos 1940 na América e nos dias actuais, em Portugal, onde uma jovem cantora não- binária se inspira, reflecte, vive e expande. A busca da sua própria identidade artística, o medo da morte, os diálogos intensos que encontramos num universo de opressão, a violência, a indústria. A peça mergulha na vida da protagonista enquanto enfrenta as pressões da fama, questiona as raízes culturais num mundo globalizado e a importância de redefinir o sucesso artístico em termos pessoais e não apenas comerciais, é amplificada com a eletrónica, os sintetizadores e o Jazz ao vivo. Cria-se um espaço íntimo, um pub, e uma cave de experimentação a partir de um dispositivo que integra músicos ao vivo como forma de conduzir e acompanhar a performatividade desta figura ao longo da narrativa e imergir o público nestas diferentes camadas que é a vida de uma entertainer. O sonho americano, o entretenimento, quem escolhe o que sobrevive, quem é o artista senão aquele que se encontra com a vida, estamos a tentar entreter quem?
AVISO
Espectáculo susceptível a gatilhos de violência sexual, racial e psicológica.