O Temps d’Images é há mais de duas décadas uma referência na paisagem cultural de Lisboa. Reconhecido pela apresentação de projectos multidisciplinares que incorporam imagem em vários formatos, é um exemplo de experimentação, risco e diversidade. O festival, que se desdobra em dois Momentos, decorre em diversos espaços espalhados pela cidade e tem sido uma plataforma essencial para revelar ao público trabalhos de artistas e colectivos que se vão destacando na cena artística nacional e talentos emergentes. A programação espelha a variedade das temáticas propostas pelos artistas, mas também evidencia um lugar despudorado que incentiva a liberdade criativa e à inovação.
projeto iniciado por António Câmara Manuel e Irit Batsry
momento ii
O Temps d’Images desdobra-se em dois Momentos ao longo do ano e espalha-se por diversos espaços de Lisboa.
Reconhecido por apresentar projectos multidisciplinares que incorporam imagem em vários formatos, o Festival tem sido uma plataforma essencial para revelar ao público trabalhos tanto de artistas e colectivos que se vão destacando na cena artística nacional como talentos emergentes — numa programação que espelha a variedade das temáticas propostas pelos artistas, proporciona experiências múltiplas e evidencia um lugar despudorado de incentivo à liberdade criativa e à inovação, atento aos sinais do mundo.
Para iniciar o Momento II, o Temps d’Images resgata do seu passado o Estaleiro — um espaço privilegiado de experimentação e colaboração entre artistas de diferentes linguagens — e desafia a realizadora Catarina Mourão e a actriz Rita Cabaço a desenvolverem e estrearem um projecto conjunto: Primeira Solidão, a apresentar no CAL – Centro de Artes de Lisboa.
O documentário GUST9723 – Francisco Camacho Entre o Coreografado e o Espontâneo, de Olga Ramos, que ante-estreou no Cinema Ideal durante o Momento I do Temps d’Images, estreia na RTP 2 no mesmo dia em que arranca o Momento II do Festival.
Nesta edição, o TdI acolhe também duas propostas do projecto O Que Pisamos da associação Apneia Colectiva, que relaciona artes performativas e visuais com arqueologias ancestrais, mitologias e fantasmagorias: Primárias & Exóticas, uma performance-livro composta por vários capítulos, onde Joana Levi segue a história de florestas, matas e jardins e para fabular estórias de outras comunidades — a apresentar no espaço PENHA SCO. Também também a integrar O que Pisamos, teremos Os Meus Totens, de Elizabete Francisca — uma série de fotografias nas quais a artista procura orientar outra experiência pessoal sobre o mundo e os seus mitos, estarão expostas na galeria Duplacena77 durante toda a segunda semana do Festival, sendo acompanhadas de uma performance instalativa no dia da inauguração.
Na MONO Lisboa, Bruno Alexandre estreia Cabeça-Coração, citando obras de vários artistas plásticos na sua ligação com o corpo, para destas extrair segredos e inventar histórias.
Corpo de Ana Luena & José Miguel Soares com Nuno Nolasco, um jogo de identidades com três personagens que se desdobram em vários corpos, vozes e tempos, e Classified da Estrutura, peça em que José Nunes explora o fascínio pelo conhecido agente-secreto James Bond, apresentam-se pela primeira vez em Lisboa, respectivamente no Teatro do Bairro e no Pequeno Auditório do CCB.
No Teatro do Bairro Alto (TBA), Ana Borralho & João Galante levam-nos para uma realidade paralela, fazendo coabitar real e virtual na sua nova criação em estreia – O Centro do Mundo. Na Rua das Gaivotas 6, Pedro Russo estreia Preferia não o fazer, que de imediato nos remete para Bartleby de Melville, um monólogo que cria um (anti) herói de BD que reclama o direito ao ócio e o tempo que perdemos a fazer o que não queremos.
O coletivo Bestiário estreia Nós Somos as Netas de Todas as Bruxas que Vocês Não Conseguiram Queimar, na Cisterna da FBAUL, uma construção sobre a perseguição das mulheres, da Idade Média até à actualidade.
Sofia Dinger, regressa ao Temps d’Images e à “misteriosa” Casa da Estação (endereço só revelado aos portadores de bilhete), para uma nova performance intimista sobre as cartas que tem por escrever.
Encerramos em festa, com um programa surpresa, na Duplacena 77.
Direcção
António Câmara Manuel
Equipa de Direcção Artística
Ana Calheiros
António Câmara Manuel
Leonardo Garibaldi
Maria João Garcia
Programação 2024
Mariana Brandão
Produção e Comunicação
Ana Calheiros
Leonardo Garibaldi
Direcção Técnica
Gi Carvalho
Assessoria de Imprensa
Helena Marteleira
Redes Sociais
Teresa Cunha Pinto
Grafismo e Web Design
João Henriques
Rafael Tolentino da Silva
Website
Miguel Sena
momento i
Na abertura do Momento I, no CCB, Ana Libório, Bruno José Silva e João Estevens expandem a performance para uma zona de hibridismo que intersecciona arte e ciência. Sara Ribeiro, ou La Negra, apresenta um concerto visual no Rua das Gaivotas 6 que traz nas canções as histórias de uma personagem feminina que baralha sentidos e desafia percepções sobre a Mulher. No Teatro Ibérico, Cire Ndiaye resgata da memória a actriz e cantora Eartha Kitt para criar um espectáculo de entretenimento que celebra a resistência através da arte; e Eduardo Breda usa a potência da palavra, transformada em gesto e movimento, para criar uma dramaturgia em torno dos conceitos de mapa e território.
No grande ecrã do cinema Ideal, a acção decorre durante a remontagem de Gust do coreógrafo Francisco Camacho, mas o documentário de Olga Ramos em estreia no TdI ultrapassa a observação e torna-se num gesto reflexivo sobre o criador e o acto de criar; no cinema S. Jorge, o documentário Verdade ou Consequência?, da realizadora e actriz Sofia Marques, conta a vida de Luis Miguel Cintra entranhada no Teatro, mas também revela a sua amizade e cumplicidade com o actor e encenador.
Nas Carpintarias de S. Lázaro, a vídeo-instalação de Mariana Ramos conjuga as suas esculturas com os corpos de bailarinos em projecções onde volumes e movimento se unificam. E, no nosso espaço, o DUPLACENA 77, uma conversa sobre o projecto que junta o colectivo SillySeason à companhia Tercer Abstracto, após a primeira residência artística em Lisboa, com o apoio do TdI, marcada pelo diálogo transcultural sobre ideias de fronteira e identidade.
Propostas bem diversas que proporcionam múltiplas experiências, a que se juntarão mais no Momento II, em Outubro, de um festival que sempre quis apoiar artistas e acompanhar os tempos. Continuamos, atentos aos sinais do mundo.
Direcção
António Câmara Manuel
Equipa de Direcção Artística
Ana Calheiros
António Câmara Manuel
Leonardo Garibaldi
Maria João Garcia
Programação 2024
Mariana Brandão
Produção e Comunicação
Ana Calheiros
Leonardo Garibaldi
Direcção Técnica
Gi Carvalho
Assessoria de Imprensa
Helena Marteleira
Redes Sociais
Teresa Cunha Pinto
Grafismo e Web Design
João Henriques
Rafael Tolentino da Silva
Website
Miguel Sena
Tradução
Luisa Crick
equipa
António Câmara Manuel
Direcção e Direcção Artística
bio
Nasceu em Moçambique em 1965 e licenciou-se em Realização de Cinema pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, onde, em 2010, concluiu o primeiro ano do mestrado em Narrativas Cinematográficas. Tem trabalhado como produtor de cinema, teatro, televisão e dança. Foi co-fundador da Eira, produtora portuguesa de dança contemporânea, em 1993, e Coordenador de Produção do Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura. Desde 2003, assume a direção artística do Festival Temps d’Images Portugal e, em 2004, criou a produtora DuplaCena. Em março de 2008, o Comissariado de Portugal para a Expo Zaragoza 2008 dirigiu-lhe o convite para o desenvolvimento, elaboração e produção de uma obra a ser apresentada nesse certame. Enquanto produtor e diretor artístico, destacam-se os seguintes projectos: produtor do filme Silêncio (2007) de F. J. Ossang, prémio Jean Vigo 2007 e presença na Quinzena dos Realizadores no Festival de Cannes 2007; produção executiva do espetáculo OLA KALA (2007) da companhia Les Arts Sauts; produção e programação do primeiro e segundo Aniversário Museu Coleção Berardo (2008 e 2009); operador de câmara de Jerusalém (2009), com música de Vasco Mendonça, libreto de Gonçalo M. Tavares e encenação de Luís Miguel Cintra; direção de produção do FUSO – Anual de Video Arte Internacional de Lisboa desde 2009 até ao presente; programação das comemorações do 35o Aniversário do 25 de Abril da Câmara Municipal de Lisboa (2009); comissário, programador e produtor executivo da exposição Amália, Um Coração Independente (outubro 2009 – Fevereiro 2010); produtor do filme A Tempestade (2010) de Teresa Garcia; produtor da residência artística MNAA – Olhares Contemporâneos da Fundação EDP (2011). Recentemente produziu os filmes Silêncios do Olhar (2016) de José Nascimento, Feitos e Ditos de Nasreddin II (2016) de Pierre Marie Goulet, A Portuguesa (2017) de Rita Azevedo Gomes e Brisa Solar de José Nascimento.
Maria João Garcia
Direcção Artística
bio
Maria João Garcia (n. 1974) foi bailarina na Companhia de Dança de Almada (1990-98), fez o II Curso de Intérpretes de Dança Contemporânea do Fórum Dança (1998-2000) e manteve actividade regular como intérprete até meados dos anos 2000. Cria espectáculos de dança/teatro/performance desde 1995 – a partir de 2000 com a Associação Ninho de Víboras (Almada), da qual é membro da Direcção.
Na produção e gestão, trabalhou com: Companhia Clara Andermatt, Granular, casaBranca, Companhia Caótica, O Rumo do Fumo, DuplaCena; e em projectos de diversos artistas e entidades (Cláudia Dias, o Bando, Máquina Agradável e Teatro da Cidade).
Foi assistente de direcção e produção de Paulo Ribeiro no projecto Casa da Dança, em Almada (2019-20), continuando a colaborar regularmente com a direcção seguinte de Adriana Grechi e Amaury Cacciacarro.
É, desde 2021, consultora da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central para o desenvolvimento do portal “Transforma-te” — um centro de informação e documentação para profissionais e agentes culturais. Elaborou um programa de capacitação cultural para o Município de Coimbra dirigido a associações e agentes locais, com edições em 2023 e 2024. Formadora certificada pelo IEFP, dá formação na Academia Gerador e outras instituições principalmente sobre associativismo.
Leonardo Garibaldi
Direcção Artística, Produção e Comunicação
bio
Sardoal, 1993.
Actor, encenador e produtor. Estudou na Escola Profissional de Teatro de Cascais. Fundou a Inquietarte onde encenou e criou vários projectos. Como produtor trabalhou com Luis Miguel Cintra, Jenna Thiam, Sara Inês Gigante, Teresa Coutinho, Mário Coelho, Sul, entre outros.
É membro da companhia Os Possessos, com Catarina Rôlo Salgueiro, Isabel Costa, João Pedro Mamede e Leonor Buescu.
Foi Director de Produção na companhia Primeiros Sintomas até 2022, onde foi também responsável pela programação do Centro de Artes de Lisboa.
Ana Calheiros
Direcção Artística, Produção e Comunicação
bio
Licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa desde 2013, e em 2015 concluiu o mestrado em Anatomia Artística – Ilustração Científica na mesma instituição.
Iniciou o seu percurso em produção e curadoria com a exposição anual 12×12, para a qual colaborou entre 2011 e 2019. É desde 2020 responsável pela gestão administrativa de projectos e candidaturas da Duplacena, na qual é Diretora de Produção do Festival Temps d’Images, do Fuso – Festival Internacional de Videoarte de Lisboa, LOOPS, VEM – Videoarte Em Movimento e Duplacen77. Cargos que assegura em simultâneo com a produção executiva da circulação da coreógrafa Aldara Bizarro e de outros artistas através da Horta Seca – Associação Cultural.
Paralelamente, desde 2010 que tem desenvolvido trabalho na área das artes plásticas, participando em diversas exposições individuais e colectivas, das quais se destacam “De Olhos Bem Fechados”(2012) Centro Cultura Axa, “Questionable Memory”(2015) e “Process of Becoming”(2017) ambas na Allarts Gallery. Paralelamente tem dedicado o seu tempo às técnicas de impressão e tipografia tradicional, tendo fundado o GRUMO Studio em 2018 e no qual desenvolve trabalho artístico e design gráfico. Trabalha como designer gráfico enquanto freelance desde 2014, colaborando com diversas entidades da esfera das artes e da arquitectura e pequenas marcas internacionais.
Em 2022 integra a equipa da Associação Francisco de Lacerda no âmbito da produção do Festival Encontros Sonoros Atlânticos e do Prémio de Composição Francisco de Lacerda.