O Temps d’Images é há mais de duas décadas uma referência na paisagem cultural de Lisboa. Reconhecido pela apresentação de projectos multidisciplinares que incorporam imagem em vários formatos, é um exemplo de experimentação, risco e diversidade.
 O festival, que se desdobra em dois Momentos, decorre em diversos espaços espalhados pela cidade e tem sido uma plataforma essencial para revelar ao público trabalhos de artistas e colectivos que se vão destacando na cena artística nacional e talentos emergentes. A programação espelha a variedade das temáticas propostas pelos artistas, mas também evidencia um lugar despudorado que incentiva a liberdade criativa e à inovação.

 
projeto iniciado por António Câmara Manuel e Irit Batsry

primeiro momento

A 23ª edição do Temps d’Images, através do seu programa, reafirma o compromisso do Festival em revelar propostas artísticas singulares, que atravessem diferentes áreas e disciplinas, em formatos diversos e inesperados. Ao longo dos dois momentos em que decorre – em Junho e Outubro – cruza obras de palco com a imagem em movimento, através de propostas experimentais, performativas e instalativas, incluindo um Estaleiro – o resultado do desafio lançado a dois artistas para criarem um projecto conjunto.

No Primeiro Momento, seis criações habitam diferentes espaços da cidade: o Teatro Ibérico, os Jardins do Bombarda, a Black Box do CCB, a ZDB – 8 Marvila e a galeria DUPLACENA 77. São obras que constroem espaços, dilatam o tempo, confundem realidade e ficção, misturam individual e colectivo e exploram outras formas de relação com o público.

A abrir o festival, Cristina Planas Leitão apresenta pela primeira vez em Lisboa [O Sistema], uma peça de dança de duração variável. Através de instruções de uma autoridade, o comportamento e os movimentos das intérpretes remetem para o ambiente do trabalho colectivo, até um acidente introduzir desobediência, resistência e o livre-arbítrio.

Em Pássaro de FogoPedro Baptista estreia uma performance concebida como uma investigação ao vivo, prolongada por uma exposição auto-referenciada. Cada sessão torna-se num evento irrepetível, onde são partilhados fragmentos biográficos, imagens documentais e transmissões em directo, tudo movido pela paixão do autor pela obra musical homónima de Igor Stravinsky e pela reflexão sobre o ciclo vida – morte – renascimento.

O Clubede Joana Cotrim e Rita Morais assina um espectáculo de teatro que coloca o conceito de família no centro de uma investigação documental sobre o passado colectivo. Viagem a Lisboa parte de um texto original de Isabela Figueiredo e encontra inspiração no cinema de Yasujiro Ozu para abordar as narrativas familiares atravessadas por silêncios, afectos e tensões geracionais.

an*dre neely e Liz Rosenfeld, tal como Carolina Campos e Márcia Lança, trazem ao Festival performances que se expandem na duração, onde o público decide quanto tempo permanece a assistir, podendo entrar, sair e voltar: Ruins Part I: redux. realms. regards. funde-se com o espaço que ocupa e transforma-se num local de encontro e desejo, inspirado nas paisagens de cruising e práticas queer passadas; É só um dia é uma jornada contínua de oito horas, na qual as artistas utilizam a ficção especulativa do presente para criar texto e acção em tempo real, e fixar a dramaturgia acumulada em cada hora.

Bertie é uma experiência colectiva de realidade virtual para palco, proposta por Rita Barbosa, em que um grupo de pessoas se encontra num videojogo imersivo, concebido especificamente para este projecto. O olhar do público divide-se entre o corpo em cena e a projecção na tela – ponto de vista do avatar no videojogo. O espectador é atirado para um território tecno-melancólico onde emergem noções de legado, orfandade e desperdício.

Depois de um primeiro momento mais performativo, o Temps d’Images regressa em Outubro para o seu Segundo Momento, com um Estaleiro, cinema e outras propostas artísticas que continuam a desafiar formatos, relações e sentidos.

Direcção
António Câmara Manuel

Direcção Artística e Programação
Ana Calheiros
António Câmara Manuel
Leonardo Garibaldi
Maria João Garcia

Produção e Comunicação
Ana Calheiros
Leonardo Garibaldi

Direcção Técnica
Gi Carvalho

Assessoria de Imprensa
Helena Marteleira

Redes Sociais
Teresa Cunha Pinto

Grafismo e Design
João Henriques
Rafael Tolentino da Silva

Website
Filipe Sena

Registo Fotográfico
Alípio Padilha

Registo Vídeo
João Henriques

Parceiros de Acolhimento
CCB, Jardins do Bombarda,
Teatro Ibérico, ZDB 8 Marvila

Produção
DUPLACENA, HORTA SECA

equipa

António Câmara Manuel

Direcção e Direcção Artística

bio

Nasceu em Moçambique em 1965 e licenciou-se em Realização de Cinema pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, onde, em 2010, concluiu o primeiro ano do mestrado em Narrativas Cinematográficas. Tem trabalhado como produtor de cinema, teatro, televisão e dança. Foi co-fundador da Eira, produtora portuguesa de dança contemporânea, em 1993, e Coordenador de Produção do Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura. Desde 2003, assume a direção artística do Festival Temps d’Images Portugal e, em 2004, criou a produtora DuplaCena. Em março de 2008, o Comissariado de Portugal para a Expo Zaragoza 2008 dirigiu-lhe o convite para o desenvolvimento, elaboração e produção de uma obra a ser apresentada nesse certame. Enquanto produtor e diretor artístico, destacam-se os seguintes projectos: produtor do filme Silêncio (2007) de F. J. Ossang, prémio Jean Vigo 2007 e presença na Quinzena dos Realizadores no Festival de Cannes 2007; produção executiva do espetáculo OLA KALA (2007) da companhia Les Arts Sauts; produção e programação do primeiro e segundo Aniversário Museu Coleção Berardo (2008 e 2009); operador de câmara de Jerusalém (2009), com música de Vasco Mendonça, libreto de Gonçalo M. Tavares e encenação de Luís Miguel Cintra; direção de produção do FUSO – Anual de Video Arte Internacional de Lisboa desde 2009 até ao presente; programação das comemorações do 35o Aniversário do 25 de Abril da Câmara Municipal de Lisboa (2009); comissário, programador e produtor executivo da exposição Amália, Um Coração Independente (outubro 2009 – Fevereiro 2010); produtor do filme A Tempestade (2010) de Teresa Garcia; produtor da residência artística MNAA – Olhares Contemporâneos da Fundação EDP (2011). Recentemente produziu os filmes Silêncios do Olhar (2016) de José Nascimento, Feitos e Ditos de Nasreddin II (2016) de Pierre Marie Goulet, A Portuguesa (2017) de Rita Azevedo Gomes e Brisa Solar de José Nascimento.

Maria João Garcia

Direcção Artística

bio

Maria João Garcia (n. 1974) foi bailarina na Companhia de Dança de Almada (1990-98), fez o II Curso de Intérpretes de Dança Contemporânea do Fórum Dança (1998-2000) e manteve actividade regular como intérprete até meados dos anos 2000. Cria espectáculos de dança/teatro/performance desde 1995 – a partir de 2000 com a Associação Ninho de Víboras (Almada), da qual é membro da Direcção.
Na produção e gestão, trabalhou com: Companhia Clara Andermatt, Granular, casaBranca, Companhia Caótica, O Rumo do Fumo, DuplaCena; e em projectos de diversos artistas e entidades (Cláudia Dias, o Bando, Máquina Agradável e Teatro da Cidade).
Foi assistente de direcção e produção de Paulo Ribeiro no projecto Casa da Dança, em Almada (2019-20), continuando a colaborar regularmente com a direcção seguinte de Adriana Grechi e Amaury Cacciacarro, nomeadamente na direcção de produção da Transborda – Mostra Internacional de Artes Performativas de Almada.
Foi consultora da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central para o desenvolvimento e manutenção do portal “Transforma-te”, um centro de informação e documentação para profissionais e agentes culturais (2021-24). Elaborou um programa de capacitação cultural para o Município de Coimbra dirigido a associações e agentes locais, com edições em 2023 e 2024. Formadora certificada pelo IEFP, dá formação na Academia Gerador e outras instituições principalmente sobre associativismo.

Leonardo Garibaldi

Direcção Artística, Produção e Comunicação

bio

Sardoal, 1993.

Actor, encenador e produtor. Estudou na Escola Profissional de Teatro de Cascais. Fundou a Inquietarte onde encenou e criou vários projectos. Como produtor trabalhou com Luis Miguel Cintra, Jenna Thiam, Sara Inês Gigante, Teresa Coutinho, Mário Coelho, Sul, entre outros.

É membro da companhia Os Possessos, com Catarina Rôlo Salgueiro, Isabel Costa, João Pedro Mamede e Leonor Buescu.

Foi Director de Produção na companhia Primeiros Sintomas até 2022, onde foi também responsável pela programação do Centro de Artes de Lisboa.

Ana Calheiros

Direcção Artística, Produção e Comunicação

bio

Licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa desde 2013, e em 2015 concluiu o mestrado em Anatomia Artística – Ilustração Científica na mesma instituição.
Iniciou o seu percurso em produção e curadoria com a exposição anual 12×12, para a qual colaborou entre 2011 e 2019. É desde 2020 responsável pela gestão administrativa de projectos e candidaturas da Duplacena, na qual é Diretora de Produção do Festival Temps d’Images, do Fuso – Festival Internacional de Videoarte de Lisboa, LOOPS, VEM – Videoarte Em Movimento e Duplacen77. Cargos que assegura em simultâneo com a produção executiva da circulação da coreógrafa Aldara Bizarro e de outros artistas através da Horta Seca – Associação Cultural.
Paralelamente, desde 2010 que tem desenvolvido trabalho na área das artes plásticas, participando em diversas exposições individuais e colectivas, das quais se destacam “De Olhos Bem Fechados”(2012) Centro Cultura Axa, “Questionable Memory”(2015) e “Process of Becoming”(2017) ambas na Allarts Gallery. Paralelamente tem dedicado o seu tempo às técnicas de impressão e tipografia tradicional, tendo fundado o GRUMO Studio em 2018 e no qual desenvolve trabalho artístico e design gráfico. Trabalha como designer gráfico enquanto freelance desde 2014, colaborando com diversas entidades da esfera das artes e da arquitectura e pequenas marcas internacionais.
Em 2022 integra a equipa da Associação Francisco de Lacerda no âmbito da produção do Festival Encontros Sonoros Atlânticos e do Prémio de Composição Francisco de Lacerda.

parceiros

Produção

financiamento