Temps d'Images

Cisterna da FBAUL
28 e 29 Out 19h
60 min
M/14
estreia absoluta

Bestiário

NÓS SOMOS AS NETAS DE TODAS BRUXAS QUE VOCÊS NÃO CONSEGUIRAM QUEIMAR

A multidão reúne-se para o evento habitual. A figura é arrastada e a massa, em êxtase, vocifera injúrias, arremessa objetos e, em catarse, expurga a sua ira. O carrasco cumpre a sua função, o corpo incendeia-se, afoga-se, enforca-se, envenena-se e a plateia está em ovação. A última mulher a ser sentenciada por bruxaria na Europa morreu em 1782, na Suíça.

Quarenta a cinquenta mil mulheres foram mortas durante o período da caça às bruxas. As mais fustigadas eram, por um lado, idosas ou viúvas que, sem recursos, recorriam à mendicidade, e, por outro, mulheres que tinham conhecimentos audazes para a condição feminina, como ervas contraceptivas e abortivas, bem como, camponesas que lutavam pelo direito à sua terra. Estas mulheres, que diferiam do padrão de feminilidade vigente, eram uma ameaça ao poder e tinham que ser aniquiladas.

 

Teresa V. Vaz
Lisboa, 1988. Mestre em gestão cultural pela Universidade Politécnica de Valência (Espanha). É licenciada pela Escola Superior de Teatro e Cinema – ramo actores. Entre 2010 e 2012 esteve em Valência a integrar o projecto profissional Estudio del Arte para el Actor no Laboratorio de Arte en Vivo com Dario Valtancoli. Entre 2014 e 2015, como actriz, dramaturga e encenadora desenvolveu o projecto Amor, Desamor, Amor: contado em pequenas histórias de solidão, apresentado em diversos espaços não convencionais da cidade de Lisboa. Desde 2018 é co-fundadora, juntamente com Afonso Viriato, Helena Caldeira e Miguel Ponte da estrutura artística Bestiário onde encenou Atmavictu (2018), Homem-agem (2020), Galeria (2021) e Homo Sacer (2023) em co-produção com o TNDM II, co-dirigiu Parlamento Shakespeare (2019) e Parlamento Grimm (2020). Enquanto criadora e intérprete entrou em Umbra (2019), Lumina (2022) e Mesa (2022). Atmavictu, a sua segunda encenação, foi distinguida pelo Blog Comunidade Cultura e Arte como um dos “15 momentos memoráveis de Teatro em Lisboa em 2018” e as “20 melhores peças de teatro de 2018 em Portugal”.

Bestiário
Nasce de fragmentos, por isso tem nome de colecção. Cada fragmento tem uma história, e é na justaposição das várias narrativas que criamos uma identidade. Procuramos investigar a nossa herança cultural reavivando as histórias biográficas e populares.
Posicionamo-nos no presente, escolhendo ora vivê-lo, ora analisá-lo. Queremos fomentar a criação de autor, deixando-nos inspirar pelas ciências naturais e sociais. Acreditamos em obras de arte que contaminem.
A Bestiário nasceu em 2018 pelas mãos de Afonso Viriato, Helena Caldeira, Miguel Ponte e Teresa V. Vaz.

conceito, direcção artística e dramaturgia
Teresa V. Vaz
textos
a partir de O Apocalipse de São João, Malleus Maleficarum de Heinrich Kramer e James Sprenger e Feiticeiros, profetas e visionários. Textos antigos Portugueses seleção de Yvonne Cunha Rêgo
criação e interpretação
António Bollaño, Francisca Neves, Joana Petiz, Lia Vohlgemuth
dispositivo cénico e figurinos
Teresa V. Vaz
apoio de figurinos e bordados
Isabel Brissos
instalação sonora
Filipe Baptista
apoio à instalação plástica
Daniela Cardante
curadoria e assessoria teórica
Vânia Moreira
direcção de produção
Manuela Morais
apoio à produção e à direção artística
Bestiário
assessoria de comunicação
Helena Marteleira
vídeo
DROID.ID
fotografia
Bruno Simão
co-produção
Teatro Cine Gouveia, Teatro José Lúcio da Silva
residências
A Oficina – Teatro Oficina Guimarães
apoios financeiros
Câmara Municipal de Lisboa, República Portuguesa Cultura / Direção-Geral das Artes
apoios
Festival Temps d’Images, Pólo Cultural das Gaivotas, Espaço Lx Jovem
media partners
Coffeepaste, Gerador
agradecimentos
Afonso Viriato, David Erlich, Carolina Franco, Carolina Serrão, Cátia Faísco, Helena Caldeira, Miguel Ponte, Nicola Pittau

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