A partir do mito de Pandora que, ignorando os avisos do amante, abriu a caixa que continha os males do mundo, Teresa Coutinho escreve e cria Je ne regrette rien, sob o ponto de vista da figura mitológica a quem é imputada a responsabilidade pela origem de todo o Mal. Confrontada com a proibição, a possibilidade da desobediência ganha um lugar central na existência desta mulher: o único modo de reclamar a sua vontade. Cruzando auto-biografia e ficção, a criadora reflete sobre o desejo, o medo, a importância da transgressão no feminino e enquanto motor dos feminismos. Teresa Coutinho dá corpo a uma mulher que se orgulha de ter feito uma escolha até às últimas consequências. Uma queda – ou um salto? – sem arrependimentos.