As Ondas nasce de um reencontro com imagens do meu arquivo familiar – mais concretamente, da minha avó materna – e o romance homónimo de Virginia Woolf. Se as primeiras traçam visualmente o arco de vida de uma mulher real, o segundo traça literariamente o arco vida de seis personagens, que navegam a transitória existência humana. Deste embate – para o qual também Borges é convocado – emerge um monólogo a várias vozes, onde as fronteiras entre o biográfico e o ficcional se (con)fundem, e o tempo e a memória, como não podia deixar de ser, se entrelaçam.